Os movimentos sociais

Se olharmos hoje a sociedade brasileira, iremos constatar um verdadeiro marasmo no que respeita à atividades que buscam não só a inserção de pessoas ou grupos de pessoas na vida da comunidade enquanto cidadãos, como posturas de fiscalização dos poderes do Estado.

São de extrema fragilidade os movimentos, desde aqueles que se organizaram em prol de uma moradia digna até aqueles que objetivam maior transparência nas atividades políticas de quantos se encontram instalados nos poderes fundamentais mediante o voto que, na verdade se constitui num mandato para o atendimento dos anseios de toda uma nação.

Diante da fragilidade dos partidos políticos, cujas direções nada têm a ver com as respectivas militâncias, esperava-se que a sociedade civil se fizesse representar diante do estamento governamental, não apenas para reivindicar benesses individuais ou coletivas, mas para manter a vigilância que se impõe aos atos do governo, ocupando o lugar de uma oposição que se calou pelo menos há oito anos.

Com essa omissão, somente durante a campanha eleitoral é que começaram a aparecer fatos comprometedores da ação das mais altas autoridades do País, fatos esses que revelam o uso indevido da máquina pública segundo fins ilícitos. Esses fatos revelam que a mesma corrupção que foi desnudada no lamentável episódio do "mensalão" ainda perdurava.

Na verdade, a comunidade civil não se organizou para uma fiscalização imprescindível em nome da manutenção da frágil democracia brasileira.

Já disse que o preço da democracia é a eterna vigilância. Caso contrário, iremos ver serem pisados por quantos se julgam acima do bem e do mal, a nossa Constituição e nossas leis.

É preciso, portanto, que estejamos todos atentos, sejam quais forem os governantes, para que essa plantinha frágil que é a democracia não feneça e possa crescer para que todos vivamos num regime de transparência e liberdade.