A questão ambiental embora não tenha até hoje encontrado o patamar que qualifica a sua relevância para a manutenção da vida não apenas das próximas gerações, mas das atuais - como já esta acontecendo com as populações dos países emergentes - não tem encontrado, por parte dos chamados países ricos, a necessária vontade para não caminharmos para o suicídio lento mas inexorável da humanidade.
As discussões por último ocorridas na Conferência de Copenhague revelam que a questão não é prioritária, ao não se determinar metas para a diminuição de gases letais na atmosfera, com o conseqüente aquecimento do globo, com as conseqüências que já podem ser vistas diante das transformações climáticas que estão ocorrendo e que não são sentidas apenas por que não se quer senti-las.
Diante de um quadro que se vai desenhando aos poucos, não importa que assinale por uma catástrofe global, porque está ela distante no tempo. Os que hoje morrem na África e na Ásia são pessoas que não importam para o desenvolvimento humano. As elites, os ricos, ainda estão a salvo e deles dependem as medidas que sabem restritivas do poder que desfrutam. Como esse poder não está sendo afetado, enfiam suas cabeças no bem estar, tais quais avestruzes que as escondem na areia ante as tempestades que se aproximam.
Para se ter uma idéia do que é um planeta governado pelos ricos, lembremo-nos que os países do primeiro mundo e até mesmo os chamados emergentes não mediram esforços que se traduzem em somas enormes para aplacar a crise econômica que ameaçava as bases do sistema capitalista.
Agora, na fracassada Conferência climática, recusam-se ou tergiversam em ajudar os países mais pobres na redução da emissão de cada país. Esquecem, entretanto, de que a situação dos países pobres é uma decorrência direta da atuação dos países mais industrializados, de sorte que a sua contribuição para a não poluição da atmosfera não passa do pagamento indenizatório pela sua ganância de manter em altos níveis o comércio internacional.
Quanto ao Brasil, do descaso inicial na perspectiva de que não se iria avançar depois de Kioto - e por isso mesmo - passou a unir-se aos reclamos dos emergentes, não obstante as gafes da chefe da delegação brasileira que para lá foi em busca de um palanque eleitoral, mas que se afogou na própria retórica, ao afirmar que “o meio ambiente é, sem dúvida nenhuma, uma ameaça ao desenvolvimento sustentável”. Ato falho ou despreparo, um e outro inconcebíveis, mas que se explicam nas suas críticas ao Ministério do Meio Ambiente que não se afirmava com a imposição de obras planejadas pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), com claras violações ambientais.
O papel do presidente Lula, no apagar das luzes da Conferência, constituiu-se apenas em palavras de inconformismo usadas para o aproveitamento político daquilo que já se destinava a marcar passo sem maior comprometimento em ulteriores e incerta atuação em prol da vida no planeta.
Em todo caso, a Conferência de Copenhague teve um bom resultado, qual seja o de ensejar aos habitantes da Terra maior participação e engajamento nessa luta que no Brasil tem na pessoa de Marina Silva sua legítima representante, com determinação bastante para deixar que a prioridade da vida se deixe esquecer pela ganância do poder e do dinheiro.
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