sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Os crimes da ditadura

A América Latina sempre foi palco da violência, a partir das viagens dos navegadores do século XVI, espanhóis e portugueses.

De lá pra cá essa situação não mudou, em especial nas Américas Central e do Sul, haja visto o que aconteceu principalmente no México, nas guerras pela sua independência.

No Brasil, a violência sempre apareceu mascarada para salvaguardar os agressores – agentes do Estado – mas persiste até hoje na atuação da polícia e das milícias, lançadas numa verdadeira guerra contra os setores mais empobrecidos da população.


Por vezes, pela incompetência do próprio Estado em preservar a segurança pública, são inventados os “esquadrões da morte” para satisfazer os ímpetos de violência que são inatos à nossa formação cultural.

Dizer-se que o brasileiro é um homem cordial é abraçar uma falsa ideologia que caracteriza o brasileiro como o homem bom,  avesso à violência.

Valeria a pena lembrar a atuação das nossas forças armadas na luta contra a guerrilha do Araguaia, quando a ferocidade dos agentes do Estado qualificou o seu emprego.

Não é por outro motivo que a sociedade civil vem encontrando as maiores dificuldades para conseguir a abertura dos arquivos que retratam a maneira pela qual aqueles que exerciam o poder estatal torturaram e mataram tantos quantos buscavam encontrar um novo sistema de liberdade e concórdia.
A maioria daqueles jovens que lutaram contra a ditadura militar estabelecida pelos governos militares que se sucederam nos anos 1970 e 1.980 do século passado, foram mortos ou aprisionados, e estes sujeitos à tortura como castigo pela sua pretensa rebeldia.


Ninguém, pelo menos dificilmente, se incrimina, o que ocorrerá com a chamada abertura dos arquivos. Muitos deles que torturaram e mataram ainda estão vivos e por estarem, de qualquer sorte ligados às Forças Armadas, se constituem em verdadeiras barreiras à que a verdade enfim apareça.
Ora, é preciso que os fatos sejam revelados, inclusive indicando os responsáveis, o que é da maior importância para que sirvam de fator para que não mais se repitam.

Daí a importância de que os arquivos se abram para a verdade, para que as violências de então não se repitam e que os criminosos sejam punidos, pois cometeram crimes contra a humanidade, que são imprescritíveis.
Não vamos aceitar, como os  pusilânimes têm feito, a interpretação da lei de anistia como “lei de duas mãos”. Nenhuma lei de anistia, porque inexistente auto-anistia, pode ter seu texto adotado pelos algozes de um dado sistema político.

O caminho é árduo, mas devemos continuar batendo na tecla de que os crimes da ditadura devem ser esclarecidos e condenados os seus autores.
O caminho do esquecimento irá alimentar tantos quantos desfrutam do poder sem olhos para a Democracia.

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